quarta-feira, 28 de maio de 2014

A República dos doutores!

Doutor, em nossa sociedade, não é a designação de um título acadêmico, mas um atestado de desigualdade social. Este termo é utilizado principalmente por pessoas das classes populares ao se dirigir ou se referir a pessoas de outras classes. A alusão a uma educação superior, que é contida no título, serve para justificar o privilégio: se alguém é doutor, "merece" ser rico. Com isso, a classe média, sempre ameaçada por um retrocesso, pode acreditar que seu privilégio não seja arbitrário e efêmero.
É provável que o uso do termo Doutor como índice e justificação do privilégio social seja um sintoma constante em sociedades em que formas arcaicas de domínio desvirtuam as formas modernas da diferença social. Doutor não é título de médico ou de pós-graduado, mas de quem tem cartão de crédito e carro importado e vive em determinadas áreas privilegiadas nas cidades. ainda é bom lembrar que, no Brasil, quem possui diploma de graduação tem direito a prisão especial pelo simples fato de ter concluído um curso superior.

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