segunda-feira, 15 de junho de 2020

INDÚSTRIA CULTURAL

O termo Indústria Cultural foi desenvolvido por Max Horkheimer e Theodor Adorno. O termo foi usado para designar o modo de produzir cultura que foi adotado principalmente na virada do século XIX para o XX. O modelo capitalista de produção em larga escala baseado no modelo das indústrias automobilísticas de Henry Ford.

Os avanços tecnológicos permitiram que a cultura fosse produzida de forma rápida e destinada ao consumo rápido, sem a necessidade de pensar ou fazer conexões com outras obras. A arte passou a ser destinada ao consumo rápido e consequentemente ao lucro, grande parte das obras produzidas a virada do século XIX para o XX tinha intenção de ser massificadora, comercial e geradora de lucros.

 

A Indústria Cultural e o cinema

A produção cinematográfica marcou o início do que Horkheimer e Adorno chamaram de Indústria Cultural, a produção de filmes deu início a um processo de produção mais rápido e dinâmico, pronto pro consumo e que poderia ser apresentada para um número grande de pessoas, diversas vezes por dia.

Além disso a indústria do cinema foi a responsável pela criação de um modelo de roteiros que agradam o maior número de espectadores, o padrão ainda se repete em boa parte dos filmes: a luta dicotômica entre vilão e mocinho, o casal apaixonado que fica junto apenas no final, a mocinha ou mocinho que sofre com as maldades do vilão ou o soldado herói que livra a pátria e os cidadãos dos perigos das nações inimigas.

A indústria cultural foi também responsável pela padronização do modelo de vida que deveria ser seguido e copiado pelos espectadores. Modelo de vida baseado na realidade das classes dominantes. O modelo de vida vendido também buscava o lucro, muitas empresas se associaram aos produtores de filmes para que pudessem aumentar a venda de seus produtos. O estilo de vida e valores explorados no cinema ajudaram a construir o modelo de padrão social ideal e aumentar a venda dos produtos anunciados.

A cultura de Massa

A Indústria Cultural criou seu produto mais significativo, a chamada cultura de massa, que se nada mais é do que o conjunto de todas as formas artísticas e expressões culturais produzidas com o intuito de gerar lucro e estimular o consumo de produtos.

Seguindo a lógica do modelo capitalista a cultura de massa tem a intenção de padronizar e homogeneizar o gosto para que as produções possam ser consumidas pelo maior número de pessoas, todos os produtos da cultura de massa são, portanto, padronizados, para consumo imediato e devem sempre gerar lucros.A disseminação dos produtos da Indústria Cultural é feita  a partir dos meios de comunicação de massa, o cinema, o rádio, a televisão, jornais e revistas.

Características da Indústria Cultural

A Indústria cultural possui uma série de características que permitem a fácil identificação e que servem também para que se possa fazer reflexões acerca das influências que inserem no mundo social e na sociedade de consumo.

  • Criação de conceitos e características que sejam capazes de influenciar o modo de vida dos consumidores da arte;
  • Propaganda e venda de produtos através da associação entre marcas e produtores de filmes, novelas de rádio ou outras formas artísticas;
  • Conteúdo feito para consumo rápido;
  • Processo de produção que busca o lucro o grande consumo das massas;
  • Influência marxista que afirma que a economia funciona como impulsionadora da realidade social;
  • Avanços tecnológicos que garantiram a produção e disseminação rápida das obras produzidas;
  • Democratização e maior acesso aos conteúdos produzidos;
  • Retrato do sistema burguês de produção e consequente uso para dominação de outras classes.

Embora os conceitos da Industrial Cultural tenham sido pensados e definidos principalmente no início do século XX, o padrão de rapidez, dominação de classe, consumo rápido, lucro e padronização das histórias ainda é base da indústria de entretenimento do século XXI.

ATIVIDADE

1 - Explique a relação entre indústria cultural e cultura de massa. (Mínimo 08 linhas)

segunda-feira, 8 de junho de 2020

TEORIA DEMOCRÁTICA MODERNA


Em meados do século XVI, surgiu a ideia de autonomia do indivíduo, que deu origem ao individualismo e ao liberalismo político. A concepção de democracia que se desenvolveu com base nesses princípios assumiu um perfil bastante diferente daquele utilizado na Grécia antiga.
Se antes a democracia estava diretamente ligada à ideia de igualdade, em sua nova versão passou a ser relacionar primordialmente com a ideia de liberdade. Em decorrência dos ideais desenvolvidos naquele momento histórico, o principal dilema político fundamentava-se na limitação de poder do soberano (que às vezes se confundia com o próprio Estado) e na ampliação das liberdades individuais, como o direito a dispor da propriedade material e a defender-se judicialmente. Até hoje, grande parte do debate político tem como tema a defesa dos ideias liberais ou a crítica a eles.
Na perspectiva do filósofo inglês Thomas Hobbes, a constituição e o funcionamento de uma sociedade pressupõem que os indivíduos cedam, por transferência, seus direitos naturais (mantendo somente o direito de conservarem sua vida) ao soberano. O autor entendia que os seres humanos, em estado de natureza (isto é, compartilhando do direito a tudo o que existe, em razão de não haver limitação legal), tendem a agir pela força e pela violência para conseguir o que desejam, o que acabaria provocando uma guerra contínua entre todos.
Por isso, para disciplinarem a si mesmos e garantirem o bem-estar físico e material, seria necessário que os indivíduos firmassem um contrato social regulado por uma autoridade soberana. Hobbes manifestou preferência pela monarquia absolutista, pois acreditava que as assembleias e os Parlamentos estimulam os conflitos graças às disputas entre diferentes facções e partidos.
O poder absoluto defendido por Hobbes se justificava pela transferência dos direitos dos indivíduos ao soberano. É um nome desse contrato social que o poder deve ser exercido, e não para a realização da vontade pessoal do soberano. Por conta dessa perspectiva, Hobbes não pode ser considerado defensor da democracia. Entretanto, seu pensamento é importante, pois serve de parâmetro para as reflexões sobre a organização do poder construídas posteriormente.
No século XVII, John Locke, também filósofo inglês, propôs uma reflexão bem diferente das de Hobbes. Para ele, o poder soberano deve permanecer nas mãos dos cidadãos, que são os melhores juízes dos próprios interesses. Cabe ao governante retribuir a delegação de poderes ao garantir as prerrogativas individuais: segurança jurídica e propriedade privada. Assim, o contrato social teve como função garantir os direitos naturais para todos. Esse pensamento é uma das bases do liberalismo político. Entretanto, deve ser ressaltado que sua implantação não permitiu a construção da igualdade propagada por Locke, mas foi uma das estruturas de consolidação do poder da burguesia.
Para Locke, o princípio da maioria é fundamental para o funcionamento das instituições políticas democráticas, assim como as leis, que devem valer para todos. Por isso, segundo o filósofo, a elaboração das leis precisa estar a cargo de representantes escolhidos pelo povo, que exerceriam o papel de legisladores no interesse da maioria: o regime político proposto por Locke é, portanto, uma democracia representativa.
O escritor e filósofo político suíço Jean-Jacques Rousseau se preocupou com o problema da legitimidade da ordem política. Para ele, a desigualdade ocasionada pelo advento da propriedade privada é a causa de todos os sentimentos de ruins do ser humano. No contrato social, é preciso definir a questão da igualdade e do comprometimento de todos com o bem comum. Se a vontade individual é particular, a do cidadão, que vive em sociedade e tem consciência disso, deve ser coletiva e voltada para o bem comum.
     A participação política é, portanto, ato de deliberação pública que organiza a vontade geral, ou seja, traduz os elementos comuns a todas as vontades individuais. Esse seria, portanto, o núcleo do conceito de democracia. Em seu livro Do Contrato Social, Rousseau afirma que a democracia só pode existir se for diretamente exercida pelos cidadãos, sem representação política, pois a vontade geral não poderia ser representada, apenas exercida diretamente. Para Rousseau, a democracia direta é o único sistema legítimo de autoridade e de ato político. 
Em O espírito das leis, o filósofo e político Montesquieu, afirmou que igualdade na democracia é algo muito difícil de garantir plenamente. Partindo do princípio de que é necessário um controle externo para que os sistemas políticos funcionem bem, esse pensador defende a criação de regras que estabeleçam limites aos detentores do poder a fim de manter a liberdade dos indivíduos. Por isso, propôs a divisão da esfera administrativa em três poderes ou funções independentes entre si: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
De maneira resumida, cabem ao poder Legislativo as funções de fiscalizar o poder Executivo, votar leis de interesse público nas instâncias relativas (municipal, estadual e federal) e, em situações específicas, julgar autoridades como o presidente da República ou os próprios membros do Parlamento. O Executivo é o poder do Estado que, nos moldes da Constituição de um país, tem por atribuição governar a nação e administrar os interesses públicos, colocando em prática políticas públicas e leis, e garantindo o acesso aos direitos. Por fim, o poder Judiciário é exercido pelos juízes, que têm a capacidade e a prerrogativa de julgar com base nas regras constitucionais e nas leis criadas pelo poder legislativo.

A democracia, na perspectiva de Montesquieu, seria garantida pelo equilíbrio entre os três poderes, assegurando assim maior liberdade aos indivíduos. A liberdade, porém, só existiria com moderação, o que equivaleria a fazer tudo o que as leis permitissem (pois, se um cidadão pudesse fazer tudo o que as leis proibissem, não teria mais liberdade, por que todos poderiam fazer o mesmo).
Karl Marx e Friedrich Engels acreditavam que um governo democrático seria inviável numa sociedade capitalista, pois a regulação democrática da vida não poderia se realizar com as limitações impostas pelas relações capitalistas de produção. Seria necessário, portanto, mudar as bases da sociedade para criar possibilidade de uma política democrática. Para entender a posição desses autores com relação à democracia, é necessário entender como eles percebem a função do Estado na sociedade capitalista.
       Para Marx e Engels, os princípios que protegem a liberdade dos indivíduos e defendem o direito à propriedade tratam as pessoas como iguais apenas formalmente. O movimento em favor do sufrágio universal e de igualdade política é reconhecido por Marx como um passo importante, mas, segundo esse autor, seu potencial emancipador está limitado pelas desigualdades de classe. Desse modo, as democracias liberais seriam cerceadas pelo capital privado, que restringiria sistematicamente as opções políticas. De acordo com esse olhar, a liberdade nas democracias capitalistas é, portanto, puramente formal, pois a desigualdade de classe prevalece. Nas palavras de Marx: “Na democracia liberal, o capital governa”.


Atividade
01 - De acordo com o filósofo político Montesquieu, responda as questões seguintes:
A) como seria garantida a Democracia no Estado moderno?

B) Qual a função do poder legislativo, do poder executivo e do poder judiciário?



INTERAÇÃO SOCIAL



Na da vida em sociedade, um elemento central para a construção de cada sujeito é sua interação social ou o modo pelo qual se estabelece relações com outros indivíduos e grupos sociais. Por Interação social entende-se o conjunto das influências recíprocas desenvolvidas entre os indivíduos e entre esses e os grupos sociais. Todo processo de socialização ocorre em um contexto de interação social.
Para o sociólogo alemão Georg Simmel, a sociedade resulta de interações sociais estabelecidas entre os indivíduos. No entanto, para que elas formem a sociedade, seu conteúdo precisa estar representado seguindo um conjunto de parâmetros que orientam as diferentes maneiras de interação. Esses parâmetros formam a base sobre a qual as interações sociais se desenvolvem.
As formas de interação se repetem, embora seu conteúdo possa variar. Os diferentes modos de interação social, como a cooperação, a competição e o conflito, são padrões estáveis, ainda que possam manifestar seu conteúdo tanto no trabalho doméstico quanto nas atividades escolares (cooperação); nos esportes e concursos (competição); ou mesmo nas relações entre patrões e empregados ou fazendeiros e trabalhadores rurais sem-terra (conflito).
Para o sociólogo canadense Erving Goffman, a interação social é realizada segundo as posições e os papéis executados por atores e grupos sociais e ocorre nas chamadas situações sociais, em um ambiente histórica e espacialmente definido. Nesse contexto, há uma série de rituais que ordenam e orientam as relações sociais, permitindo aos indivíduos e aos grupos se identificarem e serem identificados e monitorados por formas de agir, de falar e de responder às diferentes situações sociais. Uma das tarefas da socialização é a percepção, por parte dos indivíduos e grupos, da necessidade de adotar condutas reconhecidas socialmente no processo de interação social.

Atividade:

1 - O que é Interação Social?

2 - Qual sociólogo defende que a sociedade é resultado das Interações sociais estabelecidas entre os indivíduos?

3 - De acordo com o sociólogo Erving Goffman, como se realiza o processo de interação social?

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Agentes de Socialização


Os agentes de socialização são responsáveis pela implementação efetiva dos mecanismos de socialização, como família, escola e diferentes grupos sociais. A partir do século XX também os meios de comunicação de massa podem ser incluídos nesse grupo, em muitos casos rivalizando com outros agentes, em especial a escola e a família. No século XXI, a difusão das tecnologias da informação e a expansão das redes sociais on-line ampliaram o leque de agentes de socialização.

As instituições sociais determinam as diferentes maneiras pelas quais os indivíduos são moldados no decurso de sua socialização. Por instituições sociais entende-se o conjunto relativamente estável de padrões culturais estabelecidos coletivamente e que servem como modelo para a construção da personalidade e das ações dos indivíduos. O casamento é um exemplo de instituição social, pois é a forma socialmente reconhecida de relacionamento entre indivíduos que supre as necessidades sociais (reprodução e construção de um ambiente de socialização primária) e apresenta caráter normativo (regras, como monogamia, idade mínima e proibição de casamento entre membros da família nuclear).

Atividade:

1 - O que são agentes de socialização?

2 - O que são instituições sociais?

3 - Cite um exemplo de instituição social.