terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Durkheim e a Teoria do Fato Social

      No que conhecemos hoje enquanto teoria do fato social, Durkheim parte do princípio de que os homens são animais selvagens, igualmente aos demais, e que aquilo que nos difere, dando-nos humanidade é nossa capacidade de tornarmo-nos sociáveis, ou seja, aprender hábitos e costumes capazes de nos inserir no convívio de determinada sociedade. Ele chama esse processo de aprendizado de socialização, o que formaria nossa consciência coletiva, nos dando  orientações em termos de moral e comportamento nessa vida em sociedade. A todas essas informações ele chamou “fatos sociais”, apontando-os como verdadeiros objetos da sociologia. Nosso comportamento, moral, noção de coletividade e sociedade, e tudo aquilo que aprendemos nesse processo de inserção na vida social.
     No entanto, nem toda ação humana configura-se num fato social. Para tanto deve atender a três características apontadas pelo sociólogo: generalidade, exterioridade e coercitividade.

o  Generalidade relaciona-se a existência desse fato para o coletivo social, e não apenas ao individuo.
o  Exterioridade refere-se ao fato de esses padrões culturais serem exteriores ao individuo e independentes de sua consciência.
o  Coercitividade trata da força que esses padrões exercem, obrigando seu cumprimento.

      Isso tudo então diz respeito a todo comportamento ou ação que independe da vontade do individuo, e que, no entanto não lhe fora imposto de maneira particular. Assim, fato social é toda aquela ação que responde a normas sociais externas e muito anteriores a sua individualidade, vontade e consciência individual.

     Desse modo, percebemos que as instituições sociais como a igreja, escola, polícia e etc. apenas servem como um aparelho para a constituição dessa consciência coletiva que mantem a ordem da sociedade. Durkheim aborda também essa questão, o papel dessas instituições na propagação das normas sociais e morais que regem o convívio, e inclusive defende suas ações dentro da sociedade uma vez que ele acreditava que de fato os homens necessitam sentir-se seguros, regidos e amparados, quando isso falta a uma sociedade certos fenômenos surgem com maior força, como, por exemplo, a criminalidade e o suicídio.
Posted in Émile Durkheim By Sociologia On July 5, 2013.

2 comentários:

  1. Podemos dizer então que o Fato social é apresentado de maneira automática e involuntária pela sociedade? Isso faz com que as pessoas evoluam ou regridam no convívio social?

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  2. O Fato social é constituído socialmente e transmitido de geração em geração através do processo de socialização. Esse processo só é possível graças as instituições sociais como: família, escola, igreja, etc. Comparando a sociedade com um organismo vivo como pensaram os positivistas Comte e Durkheim, pode-se afirmar que esse processo é natural ou "automático", pois sem os símbolos, as leis, entre outros seria impossível a sobrevivência do corpo social.

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