quinta-feira, 28 de abril de 2016

Carta aos meus alunos do colégio Amazônia


O que me faz feliz ao partir?
A saudade que sentirei:
dos momentos em que corrigi as suas provas;
dos sorrisos, das aflições, uma parte minha fica convosco, e muito de vocês fica dentro de mim.
Sim, vale a pena viver!
E vocês me ajudaram a enxergar a vida de uma maneira melhor e mais alegre.
Sim, eu amo vocês!
Toda quinta-feira ainda acordarei com aquele sentimento maravilhoso de reencontra-los.

Assinado: professor Harley Cunha

sábado, 16 de abril de 2016

ENEM 2016 - INSCRIÇÕES EM MAIO

Inscrições Enem 2016 começam em maio! O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou na manhã desta quinta-feira (14) a data oficial do período de inscrição do Enem 2016 – Exame Nacional do Ensino Médio. Os registros deverão ser realizados entre as 10h do dia 09 de maio até as 23h59min do dia 20 do mesmo mês, levando em conta o horário oficial de Brasília/DF.

IDEOLOGIA




A IDEOLOGIA, SUAS ORIGENS E PERSPECTIVAS
        A ideia de cultura nasce da análise das sociedades antigas, mas o conceito de ideologia é um produto essencialmente moderno, pois antes da Idade Moderna as explicações da realidade eram dadas pelos mitos ou pelo pensamento religioso.
Uma das primeiras ideias sobre ideologia foi expressa por Francis Bacon (1561-1626), em seu livro Novum organum (1620). Ele não utilizava o termo ideologia, mas, ao recomendar um estudo baseado na observação, declarava que, até aquele momento, o entendimento da verdade estava obscurecido por ídolos, ou seja, por ideias erradas e irracionais.
O termo Ideologia foi utilizado inicialmente pelo pensador francês Destutt de Tracy (1754-1836), em seu livro Elementos de ideologia (1801), no sentido de “ciência da gênese das ideias”. Tracy procurou elaborar uma explicação para os fenômenos sensíveis que interferem na formação das ideias, ou seja, a vontade, a razão, a percepção e a memória.
         Um segundo sentido de ideologia, o de “ideia falsa” ou “ilusão”, foi utilizado por Napoleão Bonaparte num discurso perante o Conselho de Estado, em 1812. Napoleão afirmou nesse discurso que seus adversários, que questionavam e perturbavam a sua ação governamental, eram apenas metafísicos, pois o que pensavam não tinha conexão com o que estava acontecendo na realidade, na história.
         Auguste Comte (1798-1857), em seu Curso de filosofia positiva (1830-1842), retomou o sentido de ideologia utilizado por Tracy – o de estudo da formação das ideias, partindo das sensações (relação do corpo com o meio) – e acrescentando outro, o de conjunto de ideias de determinada época.
        Karl Marx também não apresentou uma única definição de ideologia. No livro A ideologia alemã (1846), ele se referiu a ideologia como um sistema elaborado de representações e de ideias que correspondem a formas de consciência que os homens têm em determinada época. Ele afirmou ainda que as ideias dominantes em qualquer época são sempre as de quem domina a vida material e, portanto, a vida intelectual.
        Marx desenvolveu a concepção de que ideologia é a inversão da realidade, no sentido de reflexo, como uma câmara fotográfica, em que a imagem aparece “invertida”. Contrapondo-se a muitos autores que acreditavam que as ideias transformavam e definiam a realidade, Marx afirmava que a existência social condicionava a consciência dos indivíduos sobre a situação em que viviam. Assim, para Marx, as ideologias não são meras ilusões e aparências – e muito menos fundamento da história - , mas são uma realidade objetiva e atuante.
         No mesmo livro de Marx, pode-se encontrar a explicação de que a ideologia é resultante da divisão entre trabalho manual e o intelectual. O trabalho intelectual esteve nas mãos da classe dominante e, assim a medida que pôde “emancipar-se” da realidade concreta em que foi produzido e se transformar em teoria pura, pôde também transformar-se em teoria geral para todas as sociedades, sem levar em conta a história de cada uma delas. Essa emancipação das ideias é muito bem exemplificada por Marx. Ele se refere a um indivíduo que afirmava que os homens só se afogavam porque estavam possuídos pela ideia de gravidade. Se abandonassem essa ideia, estariam livres de qualquer afogamento. Marx não diz se esse homem foi bem sucedido na luta contra a ilusão de gravidade nem se tentou testar sua teoria.
        Emile Durkheim, ao discutir a questão da objetividade cientifica em seu livro As regras do método sociológico (1895), afirma que, para ser o mais preciso possível, o cientista deve deixar de lado todas as pré-noções, as noções vulgares, as ideias antigas e pré-científicas e as ideias subjetivas. São essas ideias que ele entende por ideologia, ou seja, o contrário de ciência.
        Karl Mannheim (1893-1947) talvez o sociólogo depois de Marx que mais tenha influenciado a discussão sobre ideologia. No livro Ideologia e utopia (1929), ele conceitua duas formas de ideologia: a particular e a total. A particular corresponde à ocultação da realidade, incluindo mentiras conscientes e ocultamentos subconscientes e inconscientes, que provocam enganos ou mesmo auto enganos. A ideologia total é a visão de mundo (cosmovisão) de uma classe social ou de uma época. Nesse caso, não há ocultamento ou engano, apenas a reprodução das ideias próprias de uma classe ou ideias gerais que permeiam toda sociedade.
         Para Mannheim, as ideologias são sempre conservadoras, pois expressam o pensamento das classes dominantes, que visam à estabilização da ordem. Em contraposição, ele chama de utopia o que pensam as classes oprimidas, que buscam a transformação.    
         Depois de Mannheim, muitos outros pensadores estudaram e utilizaram o conceito de Ideologia, mas todos eles tiveram como referência os autores que citamos.
por: Nelson Tomazi

quarta-feira, 13 de abril de 2016

CONCENTRAÇÃO DE RENDA


Só 2% concentram metade da riqueza mundial, diz estudo
fonte: UFCG
Os 50% mais pobres da população respondem por apenas 1% da riqueza do planeta, aponta órgão ligado às Nações Unidas; Brasil possui 1,3% da riqueza e 2,8% da população mundial; quase um terço do patrimônio dos 10% mais ricos está nos EUA.
A renda pessoal está distribuída de maneira tão desigual no mundo que os 2% mais ricos da população adulta detêm mais de 50% dos ativos mundiais, enquanto os 50% de pessoas mais pobres detêm apenas 1% da riqueza do planeta.
Os resultados de uma pesquisa divulgada ontem mostram que os países de renda média e com nível de crescimento elevado ainda precisam avançar muito antes de atingir patamar de prosperidade semelhante ao das nações mais ricas.  Os adultos com patrimônio de mais de US$ 2.200 estão na metade superior da escala mundial de riqueza, enquanto aqueles que detêm patrimônio superior a US$ 61 mil constituem os 10% mais ricos da população mundial, de acordo com dados compilados pelo Instituto Mundial de Pesquisa Econômica do Desenvolvimento, parte da Universidade das Nações Unidas (Finlândia).  Para integrar o 1% de adultos mais ricos do planeta, uma pessoa precisa deter patrimônio superior a US$ 500 mil, algo que 37 milhões de adultos conseguiram. A riqueza mundial está tão concentrada na mãos de tão poucas pessoas que, se a renda mundial fosse distribuída de maneira equitativa, cada pessoa disporia de ativos da ordem de US$ 20,5 mil.  Quase 90% da riqueza do mundo está sob o controle de moradores da América do Norte, Europa e dos países de renda elevada na região Ásia-Pacífico, como o Japão e a Austrália. Embora a América do Norte abrigue apenas 6% da população adulta mundial, ela responde por 34% do patrimônio domiciliar total. Quase um terço (32,6%) da riqueza dos 10% mais ricos fica nos EUA. O Brasil possui 1,3% da riqueza mundial -abaixo, portanto, do que representa a sua população: 2,8%. Os 10% mais ricos do Brasil têm 1,5% do patrimônio dos 10% mais ricos do mundo. Quando a comparação é feita em relação aos 10% mais pobres, os brasileiros dessa faixa possuem 1,9% do patrimônio. A concentração de renda nos países varia de maneira considerável, com os 10% mais ricos detendo 70% da riqueza dos EUA, ante 61% na França, 56% no Reino Unido, 44% na Alemanha e 39% no Japão. De acordo com Anthony Shorrocks, diretor do instituto de pesquisa, o número de indivíduos com alto patrimônio em um país depende das dimensões da população, do patrimônio médio e do nível de desigualdade patrimonial. "A China não obteve posição forte entre os países mais ricos porque o patrimônio médio dos chineses é modesto e a distribuição da riqueza é equilibrada, sob os padrões internacionais." À medida que os países enriquecem, suas populações alteram a maneira pela qual detêm seu patrimônio, de acordo com o estudo. Nos países em desenvolvimento, os imóveis e as outras formas de propriedade física, especialmente terrenos e ativos agrícolas, são importantes, enquanto a poupança em forma monetária é mais comum nos países de renda média.
Apenas em determinados países desenvolvidos, tais como os Estados Unidos e o Reino Unido, onde os setores financeiros são avançados, existe um forte apetite por deter patrimônio em forma de ações e de outros instrumentos financeiros mais sofisticados. As dívidas também costumam ser mais baixas nos países pobres, porque são mais raras as instituições financeiras que permitam que o povo obtenha empréstimos. (Tradução de Paulo Migliacci)