INCLASSIFICÁVEIS
que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?
que preto branco índio o quê?
branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?
aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes
orientupis orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs
somos o que somos
inclassificáveis
não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não há sol a sós
aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos tapuias tupinamboclos
americarataís yorubárbaros.
somos o que somos
inclassificáveis
que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?
não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não tem cor, tem cores,
não há sol a sós
egipciganos tupinamboclos
yorubárbaros carataís
caribocarijós orientapuias
mamemulatos tropicaburés
chibarrosados mesticigenados
oxigenados debaixo do sol
Que tipo de conceito é
interessante para pensarmos essa letra de música? Por quê?
Podemos
pensar a canção INCLASSIFICÁVEIS tanto
sob a perspectiva de etnicidade como do ponto de vista de identidade. O conceito
de identidade, porém, parece mais interessante, pois permite entender as
misturas sucessivas que aparecem na letra da canção. O autor questiona
definições como branco, índio ou preto e propõe em seu lugar múltiplas identificações
(e justaposições), como “orientupis”, “judárabes”, etc. Essas misturas indicam
a composição de identidades com base em diferentes heranças culturais. Mas
poderíamos pensar também em etnicidades, se imaginarmos que essas misturas podem
produzir ações políticas de defesa de interesses de grupos.
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