O termo Indústria Cultural foi desenvolvido por Max
Horkheimer e Theodor Adorno. O termo foi usado para designar
o modo de produzir cultura que foi adotado principalmente na virada do século
XIX para o XX. O modelo capitalista de produção em larga escala baseado no
modelo das indústrias automobilísticas de Henry Ford.
Os avanços tecnológicos permitiram que a cultura fosse produzida de
forma rápida e destinada ao consumo rápido, sem a necessidade de pensar ou
fazer conexões com outras obras. A arte passou a ser destinada ao
consumo rápido e consequentemente ao lucro, grande parte das obras
produzidas a virada do século XIX para o XX tinha intenção de ser massificadora,
comercial e geradora de lucros.
A Indústria Cultural e o cinema
A produção cinematográfica marcou o início do que Horkheimer e Adorno
chamaram de Indústria Cultural, a produção de filmes deu início a um processo
de produção mais rápido e dinâmico, pronto pro consumo e que poderia ser
apresentada para um número grande de pessoas, diversas vezes por dia.
Além disso a indústria do cinema foi a responsável pela criação
de um modelo de roteiros que agradam o maior número de espectadores, o
padrão ainda se repete em boa parte dos filmes: a luta dicotômica entre vilão e
mocinho, o casal apaixonado que fica junto apenas no final, a mocinha ou
mocinho que sofre com as maldades do vilão ou o soldado herói que livra a
pátria e os cidadãos dos perigos das nações inimigas.
A indústria cultural foi também responsável pela padronização do
modelo de vida que deveria ser seguido e copiado pelos espectadores. Modelo
de vida baseado na realidade das classes dominantes. O modelo de vida vendido
também buscava o lucro, muitas empresas se associaram aos produtores de filmes
para que pudessem aumentar a venda de seus produtos. O estilo de vida e valores
explorados no cinema ajudaram a construir o modelo de padrão social ideal e
aumentar a venda dos produtos anunciados.
A cultura de Massa
A Indústria Cultural criou seu produto mais significativo, a chamada
cultura de massa, que se nada mais é do que o conjunto de todas as
formas artísticas e expressões culturais produzidas com o intuito de gerar
lucro e estimular o consumo de produtos.
Seguindo a lógica do modelo capitalista a cultura de massa tem a
intenção de padronizar e homogeneizar o gosto para que as produções possam ser
consumidas pelo maior número de pessoas, todos os produtos da cultura de massa
são, portanto, padronizados, para consumo imediato e devem sempre gerar
lucros.A disseminação dos produtos da Indústria Cultural é feita a partir
dos meios de comunicação de massa, o cinema, o rádio, a televisão, jornais e
revistas.
Características da Indústria Cultural
A Indústria cultural possui uma série de características que permitem a
fácil identificação e que servem também para que se possa fazer reflexões
acerca das influências que inserem no mundo social e na sociedade de consumo.
- Criação de conceitos e características que
sejam capazes de influenciar o modo de vida dos consumidores da arte;
- Propaganda e venda de produtos através da
associação entre marcas e produtores de filmes, novelas de rádio ou outras
formas artísticas;
- Conteúdo feito para consumo rápido;
- Processo de produção que busca o lucro o
grande consumo das massas;
- Influência marxista que afirma que a economia
funciona como impulsionadora da realidade social;
- Avanços tecnológicos que garantiram a produção
e disseminação rápida das obras produzidas;
- Democratização e maior acesso aos conteúdos
produzidos;
- Retrato do sistema burguês de produção e
consequente uso para dominação de outras classes.
Embora os conceitos da Industrial Cultural tenham sido pensados e
definidos principalmente no início do século XX, o padrão de rapidez, dominação
de classe, consumo rápido, lucro e padronização das histórias ainda é base da
indústria de entretenimento do século XXI.